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Tag: Recuperação Judicial

Gigantes em Recuperação Judicial: Os desafios de Polishop, Dia e Starbucks

Nos últimos anos, várias grandes empresas no Brasil enfrentaram crises econômicas, agravadas por fatores como a pandemia, alta da inflação e aumento dos juros.

Essas adversidades afetaram diretamente a saúde financeira de marcas icônicas como Dia, Polishop e Starbucks, levando-as a reestruturar suas operações no país. Vamos entender como cada uma delas está lidando com esses desafios.

Dia: reposicionamento em meio à concorrência

A rede espanhola de supermercados Dia já vinha enfrentando problemas antes da pandemia, com dificuldades em se adaptar ao mercado brasileiro e à forte concorrência do setor.

Gigantes em Recuperação Judicial: Os desafios de Polishop, Dia e Starbucks
Gigantes em Recuperação Judicial: Os desafios de Polishop, Dia e Starbucks 4

A empresa tentou implementar um plano de recuperação, mas as vendas caíram drasticamente durante a pandemia, obrigando a companhia a fechar diversas unidades e revisar seu modelo de negócios.

Agora, o Dia busca uma nova estratégia para retomar o crescimento, focando em eficiência operacional e na otimização de sua rede de lojas​

Polishop: a luta contra o fechamento de lojas

Conhecida por sua presença em shoppings e no comércio eletrônico, a Polishop foi uma das empresas mais impactadas pela crise no varejo físico.

A pandemia reduziu o fluxo de consumidores nos shoppings, e, sem conseguir recuperar o ritmo de vendas, a empresa enfrentou dificuldades para honrar compromissos financeiros, incluindo aluguéis atrasados, resultando no fechamento de várias lojas.

A Polishop recorreu à recuperação judicial em uma tentativa de renegociar suas dívidas e proteger suas operações de e-commerce, que ainda representam uma parte vital de seus negócios​

Grupo SouthRock: Starbucks em dificuldades

A Starbucks no Brasil é administrada pelo Grupo SouthRock, que enfrenta uma das crises mais graves desde que assumiu a operação da rede de cafeterias. Com uma dívida de quase R$ 2 bilhões, o grupo precisou recorrer à recuperação judicial para evitar um colapso completo.

O impacto da pandemia foi devastador, pois, além da queda nas vendas, o custo de operação em grandes centros urbanos aumentou consideravelmente. Diversas unidades foram fechadas, e a SouthRock segue em negociações para tentar preservar a marca no país​

Americanas: o colapso de uma gigante

Em um dos casos mais dramáticos, o grupo Americanas foi à falência com uma dívida bilionária, surpreendendo o mercado.

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Gigantes em Recuperação Judicial: Os desafios de Polishop, Dia e Starbucks 5

Problemas de governança e a descoberta de inconsistências contábeis levaram a empresa a uma crise de confiança, resultando no colapso das ações e na necessidade urgente de um plano de recuperação judicial​

Grupo Petrópolis: a dificuldade no setor de bebidas

O Grupo Petrópolis, uma das maiores fabricantes de cerveja no Brasil, também entrou em recuperação judicial, com dívidas que ultrapassam os R$ 5 bilhões. A empresa foi duramente atingida pela crise econômica, além de enfrentar concorrência feroz de multinacionais como AB InBev.

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Foto com direitos reservados ao Grupo Petrópolis, da campanha da Itaipava.

O setor de bebidas sofreu com o aumento de custos e a redução no consumo, obrigando o grupo a cortar gastos e buscar a renegociação com credores​.

123 Milhas: Turismo Impactado pela Pandemia

A agência de viagens 123 Milhas foi outra vítima da pandemia, com a paralisação quase total do setor de turismo em 2020 e 2021.

Mesmo com a retomada parcial das atividades, a empresa não conseguiu recuperar o fluxo de caixa necessário para manter suas operações saudáveis. O endividamento da 123 Milhas disparou, forçando-a a adotar medidas emergenciais para evitar a falência​.

Nós fizemos um vídeo explicando o que aconteceu com a 123 Milhas:

Conclusão

Esses casos evidenciam como a combinação de crises econômicas e má gestão pode derrubar até mesmo grandes nomes do varejo e da alimentação no Brasil.

Enquanto algumas empresas buscam na recuperação judicial uma forma de se reorganizar, o sucesso dessa estratégia dependerá de uma reestruturação eficaz e de um ambiente econômico mais favorável.

Subway Brasil em recuperação judicial com dívida de R$ 483 Milhões pela SouthRock

A SouthRock, conglomerado que administra a presença da Starbucks no Brasil, entrou com um pedido de recuperação judicial para a franquia de sanduíches Subway, reportando um endividamento de R$ 482,7 milhões.

Este movimento vem após a empresa ter conseguido manter a operação da Subway fora dos trâmites de recuperação judicial da Starbucks, graças ao apoio de uma porção significativa dos credores da Subway, que permitiram a continuidade da gestão da marca pela SouthRock no país durante um período transicional.

No entanto, a suspensão das negociações por um grupo minoritário de credores levou ao cancelamento do acordo de tolerância, que permitia à SouthRock manter o controle da franquia Subway no Brasil.

Subway Brasil em recuperação judicial com dívida de R$ 483 Milhões pela SouthRock
Subway Brasil em recuperação judicial com dívida de R$ 483 Milhões pela SouthRock 7

Em vista disso, a SouthRock argumenta que o pedido de recuperação judicial visa preservar suas atividades e garantir a sustentabilidade de sua operação e a reconquista da confiança do mercado.

A dificuldade aumenta com a decisão da proprietária global da Subway de terminar o contrato que permitia a operação das franquias no Brasil, complicando ainda mais o processo de recuperação judicial ao afetar a principal fonte de receita da empresa.

Cinthia de Lamare, especialista em reestruturação e insolvência, sugere que os processos de recuperação judicial da Subway e da Starbucks podem se beneficiar de informações compartilhadas, apesar de possuírem trajetórias distintas para evitar atrasos e duplicações de procedimentos.

A Presença da Subway Sob a Gestão da SouthRock no Brasil

Desde 2022, a Subway faz parte do portfólio da SouthRock no Brasil, com aproximadamente 1.600 pontos de venda, posicionando-se como uma das maiores franquias de alimentos e bebidas no mercado nacional.

Veja também:

O Contexto de Crise da SouthRock

Além da Starbucks e da Subway, a SouthRock é responsável pelo TGI Friday’s e diversas operações em aeroportos brasileiros. A companhia alega que a crise econômica exacerbada pela pandemia, a inflação e altas taxas de juro contribuíram para agravar suas dificuldades financeiras, levando-a a acumular dívidas de R$ 1,8 bilhão e a buscar a reestruturação judicial de suas operações.

A empresa se compromete a superar esta fase desafiadora, mantendo a integridade de suas marcas, a bem-estar de seus colaboradores, consumidores e a viabilidade de suas lojas.

A Relação de Credores da SouthRock

O processo de recuperação judicial envolve várias entidades dentro do grupo, como a Starbucks e a Brazil Airport Restaurantes, com uma lista extensa de credores que inclui indústrias alimentícias, instituições financeiras e gráficas, refletindo a complexa estrutura de débitos comum a empresas do setor de varejo e serviços. Destaca-se uma dívida significativa com o Banco do Brasil, que, somada, atinge o valor de R$ 311 milhões, além de outros compromissos financeiros de grande monta com diferentes credores.

Fonte: Exame

Entenda por que a Gol abriu Recuperação Judicial nos EUA

A Gol Linhas Aéreas tomou uma medida significativa ao entrar voluntariamente com um pedido de recuperação judicial sob o Chapter 11 no Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, na última quinta-feira (25).

Este movimento estratégico permite à companhia aérea brasileira reorganizar suas finanças enquanto mantém suas operações em curso, uma oportunidade de fortalecer suas operações comerciais para o longo prazo.

Com um compromisso de financiamento de US$ 950 milhões sob a modalidade debtor in possession (DIP), a Gol busca garantir liquidez substancial para sustentar suas operações durante o processo de reestruturação financeira

O que é o Chapter 11

O Chapter 11 é conhecido por ser menos burocrático que processos similares em outros países, como o Brasil, e oferece uma suspensão automática das cobranças e ações judiciais, diferentemente das restrições encontradas nas reestruturações brasileiras.

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Entenda por que a Gol abriu Recuperação Judicial nos EUA | Photo by Towfiqu barbhuiya on Pexels.com

Este mecanismo legal tem sido utilizado por várias empresas aéreas internacionais para superar crises financeiras, permitindo-lhes continuar operando normalmente enquanto reestruturam suas dívidas​​.

Por que a Gol tomou essa decisão?

A decisão da Gol segue após uma significativa desvalorização de suas ações, que caíram 8,07% logo após o anúncio do Chapter 11, refletindo uma perda de R$ 179,31 milhões em seu valor de mercado. A dívida total da companhia, revelada nos documentos do pedido de recuperação judicial, soma cerca de R$ 41 bilhões, com uma parte considerável vinculada aos arrendadores de aeronaves e dívida financeira de curto prazo​​.

Apesar da situação desafiadora, a Gol mantém uma visão otimista, esperando emergir do processo com uma estrutura de capital fortalecida e pronta para expandir sua liderança como companhia aérea na América Latina.

Entenda por que a Gol abriu Recuperação Judicial nos EUA
Entenda por que a Gol abriu Recuperação Judicial nos EUA

Durante este período, a empresa assegura que os voos de passageiros e de carga, bem como o programa de fidelidade Smiles e outras operações, continuarão normalmente, sem previsão de redução de frota, destinos ou pessoal​​​​.

Este movimento é um passo crucial para a Gol no enfrentamento das consequências econômicas deixadas pela pandemia e na busca por uma recuperação financeira robusta, alinhando-se com a estratégia de outras grandes companhias aéreas que passaram por processos similares e conseguiram reerguer-se com sucesso.