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Tag: Agro

Bancos da bolsa de valores ficam mais entregues ao agronegócio e enfrentam desafios

Instituições financeiras com significativa vinculação ao setor agro enfrentam desafios
O Bradesco BBI identifica que Banco do Brasil, ABC Brasil e Banrisul são os bancos com maior participação no agronegócio, o que pode aumentar o risco de inadimplência no setor agrícola a curto prazo.

A expectativa de redução na produção de safra pode resultar em um ritmo mais lento na concessão de novos financiamentos agrícolas em 2024.

A situação desafiadora para a agricultura, após um ano de 2023 promissor, mantém-se no foco do mercado. O governo do Brasil está elaborando medidas de apoio para agricultores e negócios agrícolas endividados, afetados pela diminuição nos preços de commodities importantes como soja e milho.

O estudo do Bradesco BBI sobre os bancos listados na bolsa revelou que Banco do Brasil, ABC Brasil e Banrisul têm, respectivamente, 32%, 22,1% e 21,2% de suas carteiras dedicadas ao crédito rural. Seguidos por Santander Brasil e Itaú, com 3,5% e 1,7%.

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Crédito rural nas carteiras bancárias (Fonte: Bancos, Bradesco BBI e Ágora)

Os analistas preveem que os três bancos com mais de 20% de crédito rural em suas carteiras possam enfrentar um aumento na inadimplência devido à redução nas expectativas de safra, o que poderia desacelerar a concessão de crédito no setor em 2024.

Além disso, o levantamento aponta um aumento significativo nos pedidos de falência no setor agrícola em 2023. De acordo com a Serasa Experian, o número de pedidos subiu para 127, contra 20 em 2022 e 13 em 2021, com uma distribuição entre arrendatários, grandes, médios e pequenos produtores.

“Mesmo que o número total de falências seja pequeno em comparação com o total de mais de 5 milhões de agricultores, o aumento rápido indica tendências preocupantes na qualidade dos ativos,” analisam os especialistas do BBI.

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A queda nos preços das commodities, pressionados ainda por altas taxas de juro, limita o potencial de crescimento de receitas para os produtores. O índice de preços agrícolas da Bloomberg e os dados do Cepea sobre milho e soja mostram quedas significativas desde janeiro de 2022.

O aumento da inadimplência em empréstimos rurais desde julho de 2023 reflete a normalização das taxas de juro e a baixa nos preços das commodities. Os analistas relacionam essas tendências, indicando uma visão sobre o futuro das carteiras de crédito agrícola.

A análise também destaca a influência de fatores climáticos adversos, a baixa nos preços das commodities e taxas de juro elevadas, afetando a capacidade de pagamento dos agricultores. No entanto, uma expectativa de recuperação nos preços dos grãos na segunda metade de 2024 poderia aliviar a situação dos agricultores, apesar dos riscos de seca no sul do Brasil devido ao fenômeno La Niña.

O estudo conclui que, apesar dos desafios imediatos, há uma perspectiva de melhoria no setor agrícola até o final de 2024, com uma esperada recuperação nos preços dos grãos.

Fonte: InfoMoney

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Cerrado sustentável: Cerrado brasileiro pode gerar U$72 Bilhões ao PIB Brasileiro

Cerrado sustentável: Cerrado brasileiro pode gerar U$72 Bilhões ao PIB Brasileiro

A implementação de práticas de produção sustentável no Cerrado poderá impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em US$ 72 bilhões anuais até 2030, conforme um relatório do Fórum Econômico Mundial em colaboração com a Systemiq.

O estudo sugere que a restauração de áreas degradadas e a expansão de áreas protegidas permitiriam a adoção de um sistema agroindustrial inovador, incluindo agricultura regenerativa e bioenergia, contribuindo para o desenvolvimento econômico sem preceder mais desmatamento.

Este modelo requer cooperação entre setores públicos e privados para garantir sustentabilidade e segurança alimentar global.

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Desmatamento do Cerrado

O desmatamento no Cerrado, que abriga 60% da produção agrícola brasileira, intensificou-se com um aumento de 43% no último ano, impulsionado principalmente pela expansão agrícola, como a soja e a pecuária, ameaça a biodiversidade e a sustentabilidade hídrica da região, podendo agravar as mudanças climáticas e prejudicar a segurança alimentar.

O relatório da Tropical Forest Alliance e Systemiq destaca a necessidade urgente de um modelo de agricultura sustentável, enfatizando a posição estratégica do Brasil para liderar a luta contra tais mudanças climáticas assim promovendo a conservação do Cerrado.

Fonte: Exame

Mais de 70% dos agricultores utilizam o meio digital para fazer suas compras

A evolução tecnológica no setor agropecuário brasileiro é uma tendência crescente. De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria McKinsey, 71% dos produtores rurais recorrem a plataformas digitais em algum estágio do processo de compra para efetivar suas transações comerciais, sendo que 41% deles mostram preferência por canais online.

O estudo, intitulado “The Brazilian Farms Mind in the Digital Era” (em tradução livre, “A Mentalidade das Fazendas Brasileiras na Era Digital”), revelou também que estes meios são primariamente utilizados para a aquisição de insumos e maquinário. Mais de 2.000 produtores foram entrevistados ao longo de três anos, de 2020 a 2022.

A pesquisa destacou a correlação entre o avanço digital e a renovação no setor agrícola. No Centro-Oeste do Brasil, por exemplo, a pesquisa identificou que quase dois terços dos agricultores são menores de 45 anos.

Mais de 70% dos agricultores utilizam o meio digital para fazer suas compras
rows of fresh young sugar beet leaves, agro illustration

Segundo Nelson Ferreira, sócio sênior da McKinsey, estes jovens agricultores, geralmente mais educados e abertos às novas tecnologias em comparação com os mais velhos, estão liderando a adoção de técnicas como a agricultura de precisão, utilizando drones e sistemas de aplicação variável, especialmente na região de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Ferreira também aponta que a pesquisa revelou desafios como a limitada cobertura de telecomunicações, que afeta a adoção de tecnologias digitais. Cinco perfis comportamentais distintos de agricultores foram identificados, levando em consideração fatores como cultura, tamanho da propriedade e faixa etária.

Os produtores de hortaliças, em particular, estão adotando tecnologias digitais mais rapidamente que os grandes produtores de grãos e fibras. Segundo Hugo Shimada, diretor administrativo e sócio da Shimada Agronegócios, a horticultura está evoluindo de uma atividade familiar para uma agricultura empresarial. Em áreas menores, os produtores conseguem cultivar produtos de alto valor agregado, como alho, cenoura e beterraba, onde as ferramentas digitais são cruciais para manter a qualidade e reduzir perdas.

‘Nativos’ Digitais

Além disso, Bruno Muller, head de Agricultura Digital da Syngenta, enfatiza a importância de soluções digitais adaptáveis às necessidades dos produtores, independentemente de sua geração. Ele exemplifica com a plataforma Cropwise, que oferece um acesso unificado a diversas soluções. Muller destaca que a inovação digital deve ser inclusiva, atendendo produtores de diferentes escalas e contribuindo para a transformação digital do setor.

Fonte: SummitAgro