Um estudo recente realizado pela Intelligent, trouxe à tona uma nova tendência peculiar: aproximadamente 20% dos jovens recém-graduados nos Estados Unidos não estão fazendo sozinhos às entrevistas de emprego, optando assim por levar os seus pais junto as entrevistas. Essa pesquisa, ouviu 800 líderes empresariais aproximadamente em dezembro de 2023, destaca um panorama inusitado que vem acompanhando a entrada dessa nova geração ao mercado de trabalho.
A presença parental nas entrevistas é apenas um dos aspectos que têm gerado debate sobre o comportamento profissional dessa geração. Outras questões levantadas também incluem a escolha de vestimentas consideradas inapropriadas para ambientes profissionais, identificadas em 47% dos casos, e a deficiência em habilidades de comunicação, notada em 52%.
Entre as principais críticas feitas pelos recrutadores, estão a dificuldade dos jovens em aderir a horários, acostumar-se a rotina, e a falar de forma correta, tanto em escrita quanto falada.
A pesquisa também aponta para desafios na gestão de carga de trabalho e uma propensão a se ofenderem facilmente, colocando em questão a preparação e maturidade desses novos possíveis funcionários ao mercado de trabalho.
A situação não é somente nos Estados Unidos, profissionais de RH do Brasil tem relatado experiências semelhantes. Um caso emblemático foi compartilhado por Andre Minucci, mentor de desenvolvimento profissional, sobre uma jovem de 20 anos que levou sua mãe e tia para uma entrevista, argumentando a experiência de mercado da tia.
Em outro episódio, Patrícia Santos, da Empregue Afro, relatou a presença do pai de uma candidata durante uma entrevista online, evidenciando a influência parental até em ambientes virtuais.
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Além disso, a participação dos pais não se limita somente ao processo de entrevista. Jéssica Gondim, da Companhia de Estágios, e Fernando Campos, do Portal de Estágios, relatam que os pais frequentemente questionam os resultados das entrevistas e até mesmo as demissões dos filhos, chegando a negociar em seu nome.
Diante desse cenário, especialistas ressaltam a importância da autoconfiança e preparação adequada para entrevistas de emprego.
Eles sugerem conhecer a fundo a cultura e valores da empresa, praticar respostas e focar em conquistas passadas como estratégias para transmitir segurança e competência durante o processo seletivo.
A emergência desse fenômeno aponta para a necessidade de um diálogo mais amplo sobre a transição da geração Z para a vida profissional, assim como a importância de estratégias de orientação e apoio que promovam a independência e autoconfiança desses jovens profissionais.
Fonte: Estadão
