Entenda por que a Gol abriu Recuperação Judicial nos EUA
A Gol Linhas Aéreas tomou uma medida significativa ao entrar voluntariamente com um pedido de recuperação judicial sob o Chapter 11 no Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, na última quinta-feira (25).
Este movimento estratégico permite à companhia aérea brasileira reorganizar suas finanças enquanto mantém suas operações em curso, uma oportunidade de fortalecer suas operações comerciais para o longo prazo.
Com um compromisso de financiamento de US$ 950 milhões sob a modalidade debtor in possession (DIP), a Gol busca garantir liquidez substancial para sustentar suas operações durante o processo de reestruturação financeira
O que é o Chapter 11
O Chapter 11 é conhecido por ser menos burocrático que processos similares em outros países, como o Brasil, e oferece uma suspensão automática das cobranças e ações judiciais, diferentemente das restrições encontradas nas reestruturações brasileiras.
Este mecanismo legal tem sido utilizado por várias empresas aéreas internacionais para superar crises financeiras, permitindo-lhes continuar operando normalmente enquanto reestruturam suas dívidas.
Por que a Gol tomou essa decisão?
A decisão da Gol segue após uma significativa desvalorização de suas ações, que caíram 8,07% logo após o anúncio do Chapter 11, refletindo uma perda de R$ 179,31 milhões em seu valor de mercado. A dívida total da companhia, revelada nos documentos do pedido de recuperação judicial, soma cerca de R$ 41 bilhões, com uma parte considerável vinculada aos arrendadores de aeronaves e dívida financeira de curto prazo.
Apesar da situação desafiadora, a Gol mantém uma visão otimista, esperando emergir do processo com uma estrutura de capital fortalecida e pronta para expandir sua liderança como companhia aérea na América Latina.
Durante este período, a empresa assegura que os voos de passageiros e de carga, bem como o programa de fidelidade Smiles e outras operações, continuarão normalmente, sem previsão de redução de frota, destinos ou pessoal.
Este movimento é um passo crucial para a Gol no enfrentamento das consequências econômicas deixadas pela pandemia e na busca por uma recuperação financeira robusta, alinhando-se com a estratégia de outras grandes companhias aéreas que passaram por processos similares e conseguiram reerguer-se com sucesso.